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Wagner Moura e Kleber Mendonça em Cannes deprime falsos patriotas

Há outros filmes brasileiros que vêm fazendo sucesso em festivais mundo afora. Após um período de trevas, em que o governo Jair Bolsonaro fez de tudo para tentar enterrar o cinema nacional, é salutar e paradigmático todos esses prêmios. Tentativa estúpida, diga-se de passagem, porque, como bem sabem os EUA, a China, a Índia, a Europa, a Itália, a Argentina, entre tantos outros, cinema é uma indústria que gera emprego e move a economia.

Aliás, deve estar sendo difícil para o pessoal que, apesar de se autoproclamar patriota, enrola-se feito panqueca na bandeira dos Estados Unidos e costuma chamar a cultura brasileira de lixo, quando ela sobe ao mais alto degrau por sua excelência.

Enquanto o Brasil celebrou neste sábado, colocando o nome de Wagner Moura como um dos temas mais comentados no planeta nas redes, essa turma minoritária insistia que o Oscar e Cannes foram comprados por Lula com a ajuda de artistas pedófilos, bilionários comunistas e, claro, os illuminati. Negam a realidade porque não gostam de Wagner ou Kleber, conhecidos pela coragem de se posicionar firmemente contra golpes à dignidade humana e à democracia em seu trabalho ou em sua vida cotidiana.

E, ironicamente, são eles que estão tratando o Brasil como lixo ao negar, nublados por sua militância, que tenhamos a capacidade técnica de produzir filmes e atuações dignas do reconhecimento mundial.

Os prêmios também são um bom lembrete, para que o período de trevas não volte. É muito bom que o Brasil se acostume a torcer anualmente por seus filmes, como faz a cada quatro anos por sua seleção, e por atores do calibre técnico e humano de Wagner Moura. Pois é triste depender de jogadores de futebol hedonistas, que não fazem jus aos que vieram antes deles, para serem o rosto do país no exterior.