O grupo de afrikaners passou a ganhar um status especial no governo americano, justamente enquanto a Casa Branca suspendia a entrada de 100 mil refugiados de dezenas de países, muitos deles em guerra. Quase todos negros.
O governo justificou que tem o direito de abrir exceções, sempre que os estrangeiros acolhidos não representem uma ameaça ao país e que possam se integrar facilmente. Grupos de direitos humanos acusaram o governo de racismo ao insinuar que seriam apenas estrangeiros brancos que atenderiam esses dois critérios.
A chegada dos sul-africanos brancos coincide ainda com a decisão de Trump de retirar os direitos a afegãos nos EUA, alegando que essa população não correria risco em voltar a seu país de origem.
O centro da polêmica é a política de reforma agrária e distribuição de terras da África do Sul. Apesar de o país ter abandonado o Apartheid há 30 anos, a concentração de riqueza continua nas mãos da minoria branca. Os dados ainda revelam que os brancos ainda possuem três quartos das terras e têm 20 vezes a riqueza da maioria negra. Menos de 10% dos sul-africanos brancos estão desempregados, em comparação a 30% dos negros.
Num esforço para corrigir a situação, o governo local vem adotando uma postura para garantir maior distribuição de terras.
Trump, que tem como seu maior aliado o sul-africano Elon Musk, decidiu que essa opção não será aceita pelos EUA. Num decreto, ele anuncia a suspensão de todo o tipo de ajuda financeira ou programas sociais no país sul-africano.