As mensagens não eram respondidas e a brasileira, que vive na Austrália há dez anos, não pensou duas vezes: “Mandei mensagem para a Sheylli pedindo para me ajudar a denunciar o perfil, porque sabia do empenho dela contra esse tipo de abuso nas redes sociais”, revela.
Sheylli Caleffi, a quem Roberta recorreu, é comunicadora e palestrante conhecida na internet, por desenvolver um trabalho intenso pela erradicação da violência sexual e on-line. Segundo ela, casos de roubos e uso indevido de imagens são muito mais comuns do que imaginamos.
Acontece muito, muitas vezes a pessoa não fica sabendo e, quando descobre, tem vergonha, achando que a culpa foi dela, o que não é verdade, é um crime organizado. Mas postar fotos é tipo de risco que você precisa ter certeza que quer correr, porque não tem como remediar. Mesmo que tirem a imagem do ar, não tem como saber quantas pessoas já acessaram.Sheylli Caleffi
Depois de um tempo, o perfil que publicou imagens de Roberta grávida respondeu alegando que as fotos eram públicas, já que o perfil era de Roberta era aberto – mas passados alguns dias foram apagadas. “Na época eu usava hashtags como ‘gravidez’ ou ‘pregnancy‘. Hoje meu perfil é fechado, justamente para ter essa privacidade, porque lá eu posto minha família“, conta.
Além disso, ainda que não seja simples, é possível conseguir a retirada de conteúdos ou até mesmo de sites apenas na internet “comum” (ou surface web), mas perde-se totalmente o controle quando o conteúdo vai parar da dark web – espaço da internet para o compartilhamento de dados sigilosos por meio de páginas criptografadas (fins legítimos), mas que também abriga atividades ilegais, como tráfico e pornografia.