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Ser mãe é ser CEO da família – 12/05/2025 – Natalia Beauty

Costumo dizer que ser mãe foi meu maior ato de coragem, não só pelo amor que descobri, mas pela estrutura de vida que precisei reconstruir para sustentar esse amor com dignidade. E agora, ao refletir sobre tudo que foi dito ontem, no Dia das Mães, quero trazer uma provocação que talvez incomode algumas pessoas, mas que precisa ser feita com urgência: por que estamos tratando a maternidade como um fardo e não como uma missão estratégica?

Ser mãe, para mim, é ser CEO da família. É assumir a liderança silenciosa de um ecossistema em que tudo se conecta: educação, valores, saúde emocional, segurança espiritual. É tomar decisões que ninguém vê, mas que geram impacto por décadas. É abrir mão de alguns “lucros” de curto prazo, como reconhecimento imediato ou status profissional, para investir no maior ativo que alguém pode desenvolver: gente.

O mundo corporativo já entendeu o valor da liderança empática, da visão de longo prazo, da gestão de crises e da construção de cultura. Mas quando tudo isso é feito dentro de casa, chamam de “vida parada”, “atraso” ou até mesmo “submissão”. Isso me entristece, e mais do que isso, me preocupa. Porque quando desvalorizamos o papel da mãe, estamos desvalorizando o núcleo que sustenta a sociedade.

Existe um esforço cultural silencioso, e às vezes nem tão silencioso assim, de desconstruir a imagem da mãe como líder. Uma tentativa de dizer que sucesso só vem quando a mulher se afasta da casa, se distancia da família e se molda a um modelo que ignora sua vocação natural de cuidar, acolher e formar. E aqui vai meu recado mais direto: não caia nessa armadilha. Você pode sim empreender, crescer, construir impérios, mas não à custa de apagar a sua força maternal. Isso não é empoderamento, é amputação.

No meu caso, só construí tudo o que construí porque tive coragem de ser mãe por inteira. De fazer do meu lar um centro de estratégia. De entender que a rotina com meus filhos também é uma sala de reunião, onde se negocia amor, limites e futuro.

Ser mãe é empreender com o que há de mais valioso: tempo, valores e presença. O amor é o nosso capital de giro e a diferença é que o nosso lucro se mede não em cifrões, mas em filhos fortes, saudáveis, corajosos e conscientes do mundo ao redor.

Minha homenagem segue para todas as mulheres que escolheram liderar seus lares com a mesma paixão e competência com que liderariam qualquer empresa porque, no fundo, é exatamente isso que estão fazendo.

E se alguém disser que isso é pouco, olhe para os frutos. O mundo precisa de mais mães que se reconheçam como CEOs daquilo que realmente importa.


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