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Rede D’or (RDOR3) recua 4% após reduzir previsão de abertura de leitos

A RDOR (Rede D’Or) atualizou seu plano de expansão com redução de 21% no total de novos leitos previstos para 2025-2028, de 4.000 para 3.200. Para 2025, o corte foi ainda maior, de 45%, com previsão de apenas 500 novos leitos. A maior parte da revisão veio dos projetos brownfield, que caíram 45% (2.600 leitos), enquanto os greenfield tiveram redução de 14% (640 leitos). Às 10h08, a ação da companhia recuava 4,01%, a R$ 35,94.

O capex por leito também foi revisto levemente para baixo em 3,6%, passando de R$ 1,45 milhão para R$ 1,4 milhão, desconsiderando três unidades entregues em 2024.

O Bradesco BBI considera a redução no plano de expansão como amplamente negativa para o Rede D’or, especialmente considerando o crescimento de beneficiários acima do mercado pela SulAmério e um ambiente competitivo mais favorável para os hospitais do Rede Dor, dada sua exposição limitada a operadoras em dificuldades financeiras, como certas Unimeds e entidades autogeridas.

“Além disso, a forte redução em projetos brownfield — que normalmente são mais rentáveis ​​e não exigem credenciamento de pagadores — também foi um sinal negativo, sugerindo perspectivas de crescimento mais fracas nos mercados existentes”, diz BBI, em relatório.

No entanto, o BBI destaca que a orientação revisada de 3,2 mil leitos ainda implica um aumento sólido de 25% na capacidade e permanece bem acima da sua estimativa de 1,5 mil leitos, já que havia excluído conservadoramente qualquer expansão além de 2026.

O BBI manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 34.

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A equipe de análise do Morgan Stanley avalia a notícia como negativa para o crescimento a longo prazo, embora racionalize a alocação de capital. “Acreditamos que essa redução reflete as perspectivas econômicas mais difíceis para os próximos anos e um conjunto menor de pagadores disponíveis.”

Além disso, o Morgan lembra que a Rede D’or recentemente rompeu relações com os principais pagadores (Amil: 3.139 mil vidas e Unimed FERJ: 452 mil vidas), o que, em sua opinião, era adequado para a geração de caixa, mas poderia reduzir a clientela potencial em algumas regiões. Em suma, a projeção mais baixa indica que a empresa enxerga um menor potencial de mercado, um indicador negativo, na visão do banco.

O Morgan Stanley reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 37.

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Na avaliação do Itaú BBA, os descredenciamentos ocorridos nos últimos doze meses podem ter motivado uma revisão de alguns projetos em regiões específicas. A nova capacidade de leitos anunciada está 21% abaixo do que a companhia havia divulgado para 2024 e 11% abaixo das projeções do BBA para o total de leitos adicionados entre 2025 e 2029. Para o banco, essa revisão para baixo pode ser vista como um sinal negativo por parte de alguns investidores.

O Itaú BBA reconhece que o mercado poderia ter antecipado uma surpresa positiva vinda da Atlântica D’Or no formulário de referência recentemente divulgado, o que não se concretizou — pelo menos por enquanto.

Apesar disso, o banco mantém uma visão construtiva sobre o desenvolvimento da parceria, enxergando potencial de expansão adicional em outras cidades, com base em três pilares:
i) a presença de uma população considerável de classe média alta;
ii) a forte participação de mercado da Bradesco Saúde e da SulAmérica; e
iii) a ausência de um player local de qualidade bem estabelecido, conforme destacado em sua última atualização.

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O Itaú BBA manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 46.

Na visão de analistas do Citi, apesar da expectativa de algum corte no plano original, o movimento da Rede D’Or “naturalmente não é um bom presságio para a confiança em torno dos fundamentos de crescimento de longo prazo da empresa”.