O Brasil bateu um novo recorde: mais de 1,4 milhão de pequenos negócios foram abertos só no primeiro trimestre deste ano, segundo levantamento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). A maioria como MEI. Para alguns, esse dado é sinal de fragilidade. Para outros, e eu me incluo aqui, é sinal de força, de liberdade, de gente que escolheu tomar as rédeas da própria vida.
Não estamos apenas diante de um número, mas diante de um movimento. Um novo tipo de coragem, que nasce quando a pessoa olha para a própria realidade e decide que não vai mais esperar. Vai fazer, vai criar, vai empreender. E isso, num país como o nosso, é uma escolha que exige mais do que visão, exige audácia.
Estamos vivendo uma transformação silenciosa na forma como as pessoas enxergam trabalho e carreira. Cada vez menos gente se contenta em apenas cumprir ordens. O que move os profissionais hoje não é mais o crachá, é o propósito, é a vontade de crescer, de deixar uma marca e de fazer parte de algo que vale a pena. E mais: é a recusa em ser apenas mais uma peça na engrenagem.
Muitos desses profissionais, especialmente os que começam como MEI ou autônomos, hoje atuam dentro de empresas maiores, levando essa mentalidade independente para estruturas já consolidadas e é nesse cenário que o intraempreendedorismo tem ganhado tanta força. Ele nasce quando o profissional assume a empresa como se fosse sua. Quando se importa com o resultado, pensa no cliente, resolve problemas antes mesmo de ser chamado. É o tipo de pessoa que lidera pelo exemplo e que naturalmente cresce. Mesmo sem cargo, sem crachá dourado, sem tapete vermelho. Cresce porque se faz necessário.
Na área da beleza, essa mentalidade tem mudado vidas. Profissionais que começaram com pouco, mas com muita vontade, e que hoje comandam clínicas, assinam produtos, formam novas gerações. Isso não acontece por acaso. Acontece porque houve atitude, capacitação e mérito. Houve renúncia, planejamento e muita resiliência. Porque ninguém constrói algo do zero apenas com talento, é a consistência que sustenta a escalada.
As empresas mais bem-sucedidas entenderam isso: não é o vínculo formal que garante engajamento. É a identificação com os valores, a clareza da missão e o espaço para crescer. É isso que retém talentos, que forma líderes, que sustenta negócios de verdade. Não adianta salário competitivo se o ambiente não inspira. Não adianta plano de carreira se o time não enxerga propósito no que faz.
Empreender, seja dentro ou fora de uma empresa, é a decisão de quem escolhe construir com as próprias mãos em vez de esperar que alguém entregue pronto. É assumir riscos, é errar, corrigir e tentar de novo. E essa talvez seja a verdadeira revolução silenciosa do nosso tempo: profissionais que não pedem espaço, mas conquistam. Que não seguem mapas prontos e abrem seus próprios caminhos.
Não há cargo ou contrato que substitua essa mentalidade. Porque, no fim, não importa se você tem CNPJ ou carteira assinada. O que importa é se você está jogando para vencer ou apenas passando o tempo.
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