Jesus já deu várias entrevistas dizendo que o sonho da vida dele é ser técnico da seleção. Até aí, tudo bem, é o sonho de muitos. É que não parece ser o de Abel, e menos ainda de Ancelotti. Jesus teve muito sucesso no Flamengo e ganhou o respeito do Brasil inteiro. Mostrou-se bom para lidar com jogadores brasileiros, mostrou ter compreendido o afã de uma torcida pelo futebol leve e ofensivo, coisa que se aplica também à seleção. É verdade que nunca treinou um Real Madrid, um Barcelona ou um time de Premier League, não é um curriculum de Guardiola, mas é um técnico de bagagem no futebol europeu. É um cara com experiência e resultados.
Enfim, não quero aqui dizer que Jorge Jesus é o homem perfeito perfeitíssimo para o cargo. Ninguém é. Ele possivelmente seja o que atenda mais critérios. Inclusive um que a CBF estabeleceu como crucial: o tempo. Já que querem um treinador para convocar “amanhã” e estar no banco contra Equador e Paraguai, pelas eliminatórias, em junho. Está agora livre e desimpedido no mercado, sem multas, sem negociações, sem travas.
Então, repito a pergunta. O que pode fazer com que Jesus não seja ainda o técnico da seleção?
E aí você que está lendo se pergunta o mesmo que eu me pergunto. Teria algo a ver com Neymar? Será que a relação desgastada no Al-Hilal, ainda que não tenha havido uma só declaração de Jesus criticando ou diminuindo Neymar, é o fator primordial? Será que a família manda mesmo na seleção, nesse nível? A seleção, no campo, é há 15 anos refém do menino. A CBF e seu presidente são também?