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Palestinos brasileiros cruzam fronteira de Gaza com Israel – 20/05/2025 – Mônica Bergamo

Um grupo de palestinos brasileiros cruzou a fronteira de Gaza com Israel nesta terça (20) e deve embarcar nas próximas horas para o Brasil.

Eles foram levados à fronteira de Israel com a Jordânia, e devem viajar em voo comercial para São Paulo assim que a tramitação de toda a documentação for encerrada.

A saída deles do território palestino, bombardeado de forma praticamente ininterrupta por Israel há três anos, foi negociada pela diplomacia brasileira com autoridades israelenses e da Jordânia.

Do grupo fazem parte três palestinos com nacionalidade brasileira e nove familiares deles.

O Itamaraty ainda não confirma oficialmente a informação.

A saída dos palestinos de Gaza para serem acolhidos no Brasil é uma reivindicação antiga de parte do grupo de 30 cidadãos do território que têm dupla nacionalidade e que foram trazidos ao Brasil pelo governo federal nos primeiros meses da guerra.

A situação de Gaza se deteriora a cada dia.

Com plano que prevê a tomada completa de Gaza, a remoção forçada da população palestina e a rendição do grupo terrorista Hamas, Israel vem intensificando suas ações.

Além de bombardear indiscriminadamente inclusive acampamentos, hospitais e escolas, as forças israelenses vem impondo o deslocamento de toda a população, impedindo que a vida retorne à mínima normalidade.

Promove ainda um bloqueio desde 2 de março que impede a entrada de alimento, combustível ou remédio no território. No domingo ensaiou uma flexibilização, mas permitiu a entrada de ajuda humanitária em pequena quantidade, definida por entidades como uma gota no oceano.

O diretor de ajuda humanitária das Nações Unidas, Tom Fletcher, disse à BBC nesta terça-feira (20) temer que 14 mil bebês possam morrer nas próximas 48 horas se a ajuda humanitária não chegar efetivamente a Gaza.

Até mesmo países considerados aliados de Israel classificam seus ataques como inadmissíveis. Vários deles aumentaram nesta segunda-feira (19) a pressão sobre o país devido aos ataques.

Em nota conjunta, Reino Unido, França e Canadá, os dois primeiros integrantes permanentes do Conselho de Segurança da ONU, ameaçaram adotar “medidas concretas” caso Tel Aviv não cesse “ações escandalosas” no território. Em nota separada, mais de 20 países exigiram a “retomada completa de ajuda” aos palestinos.

“Israel sofreu um atentado atroz em 7 de outubro [de 2023]. Sempre apoiamos o direito israelense de se defender contra o terrorismo, mas esta escalada é totalmente desproporcional”, escreveram o presidente francês, Emmanuel Macron, e os primeiros-ministros canadense, Mark Carney, e britânico, Keir Starmer.

Numa declaração contundente, os líderes ainda criticaram o que chamaram de “linguagem odiosa usada” por autoridades israelenses e advertiram que o deslocamento forçado e permanente de civis em Gaza viola o direito internacional humanitário. Os três países, diz a nota, não ficarão “de braços cruzados enquanto o governo de [Binyamin] Netanyahu continua com essas ações escandalosas”.

O comunicado aborda ainda o futuro político da região e menciona uma conferência prevista para 18 de junho em Nova York que debaterá a crise no território. Londres, Paris e Ottawa disseram que estão decididos a reconhecer um Estado palestino e prometeram “trabalhar com parceiros regionais, Israel e Estados Unidos para alcançar um consenso sobre as disposições para o futuro de Gaza”.

Em comunicado separado, 22 países, incluindo os três que condenaram as “ações escandalosas” em Gaza, exigiram “a retomada completa da ajuda em Gaza” de forma imediata.

O comunicado foi assinado pelos ministérios de Relações Exteriores de Austrália, Canadá, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, Eslovênia, Espanha, Suécia e Reino Unido. A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, também endossou o texto.

com KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI, MANOELLA SMITH e VICTÓRIA CÓCOLO


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