O vereador de Balneário Camboriú (SC) Jair Renan Bolsonaro (PL) afirmou que o período da ditadura militar (1964-1985) foi a “melhor época do Brasil” para a maioria das pessoas mais velhas. A declaração foi feita durante sessão plenária na Câmara Municipal de Balneário Camboriú (SC) na quarta (14).
Os vereadores discutiam a criação do Dia Municipal da Democracia, proposta por meio de projeto de lei de autoria do vereador Eduardo Zanatta (PT). A data seria uma homenagem ao primeiro prefeito da cidade, Higino João Pio (1922-1969), assassinado durante a ditadura militar.
Jair Renan se opôs à escolha da data da morte de Higino, 3 de março de 1969, como marco. “É a primeira vez que vejo uma homenagem no dia da morte de uma pessoa. Geralmente é no dia do aniversário, ou no dia que ela fez alguma coisa de importante”, disse.
“Sabemos que tudo que vem do PT é de cunho ideológico”, afirmou Jair Renan, se referindo à proposição do colega petista.
“Que golpe foi esse em 64? O povo saiu às ruas pedindo que os militares assumissem o poder com medo do comunismo entrar no Brasil”, prosseguiu.
“Vejo muitos vereadores da Câmara assinando embaixo [de posicionamentos do PT], muitos mais velhos que também acompanharam o regime. E a maioria dos mais velhos, se você perguntar, [diz que a ditadura] foi a melhor época do Brasil.”
O posicionamento causou reações de colegas.
O vereador Eduardo Zanatta afirmou que o passado de Balneário Camboriú não poderia ser reescrito por quem “não conhece a história da cidade” e sugeriu que Jair Renan visitasse o arquivo municipal para se informar melhor sobre o município.
O vereador Marcos Kurtz (Podemos) disse que a discussão “não tem nada a ver” com o PT.
“Todos os vereadores, inclusive você [Jair Renan], são a favor da democracia. É isso que está sendo colocado aqui: instituir o dia da democracia para que a gente possa realmente enaltecer esse prefeito que foi eleito, não conseguiu exercer o seu mandato e foi morto durante o seu mandato”, afirmou.
Ao retomar a palavra, Jair Renan negou ser contrário à democracia. Ele sugeriu que a comemoração ocorresse em datas alternativas, como o nascimento de Higino Pio ou sua posse como primeiro prefeito do município.
“Querem jogar [a data] na morte por questão ideológica”.
MEMÓRIAS IMPRESSAS
O escritor Luiz Schwarcz, fundador da Companhia das Letras, recebeu convidados para o lançamento do livro “O Primeiro Leitor – Ensaio de Memória”, na quarta-feira (14). A historiadora Lilia Schwarcz, sua mulher e cofundadora da editora, e o filho do casal, o editor Pedro Schwarcz, acompanharam a celebração na Livraria da Travessa do shopping Iguatemi, em São Paulo. O médico e colunista da Folha Drauzio Varella, a atriz Regina Braga e o diretor artístico da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), Mauro Munhoz, marcaram presença.
com KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI, MANOELLA SMITH e VICTÓRIA CÓCOLO
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