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Ibama entrega queda no desmatamento apesar de fogo amigo do governo

Os servidores envolvidos na fiscalização e nas demais políticas públicas voltadas à redução do desmatamento precisam ser saudados, contudo. Não apenas por fazerem o seu trabalho, mas por resistirem a essas pressões que vêm de todos os lados.

Um exemplo das dificuldades enfrentadas é a pressão do governador do Pará Helder Barbalho, aliado do governo federal, e de representantes ruralistas à megaoperação contra desmatamento ilegal realizada pelo Ibama entre o final de abril e o começo de maio. Ela cruzou imagens de satélites com dados sobre propriedades que tinham ou não autorização para supressão de vegetação e embargou 70 mil hectares de quem apresentou irregularidades.

Sob intenso bombardeio, inclusive dentro do governo Lula, o presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, disse que está disposto a revisar a megaoperação para sanar eventuais equívocos, mas sem compactuar com ilegalidades.

O Congresso Nacional, de uma maneira geral, é um grande vetor de desmatamento, pressionando pela impunidade de quem descumpre a lei e buscando formas de incentivar o desmatamento legal. Parte dos ruralistas faz parte de partidos da base do governo, mas isso não significa nada porque fazem oposição sistemática ao Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima.

Na próxima vez que você ouvir deputados e senadores lamentando mortos devido às cheias no Rio Grande do Sul e aos deslizamentos de terra no Rio e em Santa Catarina ou dizendo que sentem muito pelas secas na Amazônia e os incêndios no interior de São Paulo, lembrem-se que o chororô é mentira. Se fosse sincero, não tentariam conter o Ibama.

Políticos da esquerda e da direita se uniram em nome da exploração de uma nova província petrolífera na costa amazônica do Amapá, na chamada Margem Equatorial. Ao seu lado, contam com Magda Chambriand, presidente da Petrobras, a gigante petrolífera brasileira, e com o próprio Lula.