Gabriel Leone não para de trabalhar. Ele esteve em Cannes por pouco mais de 48 horas para poder se ver na tela do Palais des Festivals como um dos matadores que persegue o personagem de Wagner Moura em “O Agente Secreto“, no último domingo (18).
Foi uma agenda intensa, com tapete vermelho, entrevistas sobre o novo longa e poucas horas de sono. Na segunda à noite, ele já embarcava de volta para São Paulo, para as últimas semanas de filmagem da série “Véspera”, da Max, em que vive os irmãos gêmeos Caim e Abel.
Um dos atores mais requisitados do momento, Gabriel conheceu Cannes no ano passado, quando veio divulgar “Senna” num evento da Netflix que rolou no festival de publicidade que também acontece por aqui. Mas esta foi sua estreia num festival internacional de cinema –em 2023, ele não conseguiu ir a Veneza lançar “Ferrari“, de Michael Mann, porque também estava trabalhando. Desta vez, a viagem foi tão rápida que ele nem trouxe sua mulher, a atriz Carla Salle, com quem está junto há oito anos.
Em “O Agente Secreto”, ele é um dos matadores que sai do Rio de Janeiro para procurar no Recife o personagem de Wagner Moura, um pesquisador considerado um “elemento perigoso” pela ditadura militar em 1977. No filme, Gabriel fala muito pouco, quase nada, e constrói um personagem sinistro apenas com a força do olhar –como num bom faroeste de Sergio Leone.
“É muito bom estar envolvido num projeto de que você tem orgulho. Estou falando isso porque sou muito crítico com tudo o que eu faço. Vi o filme pela primeira vez aqui em Cannes e achei um filmaço”, disse, em entrevista ao F5.
RECIFENSE DE CARTEIRINHA
Gabriel já “namorava” o diretor Kleber Mendonça Filho, de filmes como “Aquarius” e “Bacurau“, desde seus primeiros curtas. Não pensou duas vezes em aceitar o convite para o novo filme, que também veio por meio do amigo Wagner Moura.
Mas o encontro se deu só em parte, já que o caminho dos dois personagens mal se cruza ao longo de “O Agente Secreto”. Por isso, Wagner e Gabriel passaram mais tempo curtindo a vida no Recife fora do set do que dentro dele.
Foi frustrante estar num trabalho com Wagner e interagir pouco com ele? “Nem me fala! A gente é muito amigo, e acima de tudo ele é um grande ídolo para mim. Mas é bom que a gente está acumulando essa vontade de contracenar, ou quem sabe ele me dirigir. Tenho certeza de que em breve vai acontecer, e vai ser incrível”, contou.
Com o filme que concorre à Palma de Ouro em Cannes, Gabriel filmou na capital pernambucana pela terceira vez. Antes, ele esteve por lá rodando o filme “Piedade“, de Cláudio Assis, ao lado de Cauã Reymond, Irandhir Santos e Fernanda Montenegro, e a série “Onde Nascem os Fortes”, da Globo.
SUPERGÊMEOS, ATIVAR!
Depois da consagração como o piloto Ayrton Senna na série da Netflix, seu desafio é ainda maior na série “Véspera”, da Max. Baseada no livro de Carla Madeira, é a história de dois irmãos que nutrem uma forte rivalidade em meio às duas mulheres de suas vidas, a linda Veneza (Bruna Marquezine) e a abnegada Vedina (Camila Márdila, de “Senna” e “Que Horas Ela Volta?“).
Dar conta de dois personagens numa mesma história está exigindo muito fisicamente e traz ainda “um cansaço emocional, interno”. “É um jogo de ficar virando a chave entre os dois. Ao longo de um dia de gravação, às vezes eu troco de um para o outro umas quatro vezes. A série está muito linda, forte, contundente”, diz.
“Véspera” terá oito episódios, e ainda não teve data de lançamento divulgada.