A queda de Cida era esperada desde o final do ano passado e foi acentuada após as denúncias de assédio moral, arquivadas em fevereiro pela CEP (Comissão de Ética da Presidência). A oficialização foi feita pela Secom (Secretaria de Comunicação) por meio de nota.
Em seu último dia de expediente, Cida reuniu servidores no ministério, agradeceu pelo trabalho nestes pouco mais de dois anos e recebeu uma homenagem do gabinete. Os ministros da Igualdade Racial, Anielle Franco, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, participaram da reunião, conforme apurou a reportagem do UOL.
Ao Canal UOL, a ex-ministra ressaltou os bons resultados alcançados pela sua gestão, mas observou também o cansaço e o esgotamento.
Eu acho que discutir o tema ‘mulheres’, hoje, é desafiador porque é aqui que a gente concentra, efetivamente, a maior disputa, principalmente, ideológica. Hoje, a gente vê o aumento do feminicídio, o aumento da violência sexual… Então, tudo isso é a discussão sobre o nosso corpo, e esses são os maiores conflitos que temos na sociedade brasileira.
Ele é puxado, acho que esgota, cansa… primeiro, pelo fato de organizar, colocar a pauta. Apesar de estar esgotada, eu também estou feliz. A gente está entregando um grande resultado. Estamos entregando um ministério pronto, construímos um bom resultado com o presidente Lula, mas acho que é um momento de troca, tem hora que a troca é necessária. Cida Gonçalves, ex-ministra das Mulheres
Aos 67 anos, nova ministra das Mulheres, Márcia Lopes, tem histórico no ativismo social —foi ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, em 2010—, mas não possui experiência junto ao movimento feminista. Ela é filiada ao PT desde o início dos anos 1980 e é irmã de Gilberto Carvalho, atual secretário nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho e ex-secretário-geral da Presidência.