Desde a última segunda-feira os olhos do mundo católico se voltaram para o Vaticano. A morte do Papa Francisco já levanta debates sobre sua sucessão e análises sobre os 12 anos de seu papado. Para além da religião, a arte também serviu de plataforma para as crenças dele. Uma escultura inaugurada por ele na Praça de São Pedro seguirá como símbolo do que ele pregava.
Em volta da praça central e aberta ao público do Vaticano, estão instaladas 140 esculturas de santos e figuras históricas para o cristianismo. Desde 2019, uma outra representação divide este espaço sagrado. O trabalho de 6 metros de comprimento e feito em bronze batizado de Anjos Inconscientes é de autoria do canadense Timothy Schmalz e retrata mais 140 figuras, dessas vez, refugiados e migrantes. Para o artista, a obra é “uma oração visual”.

A escultura foi um pedido feito pela área Migrantes e Refugiados do Vaticano para celebrar o 105º Dia Mundial do Migrante e Refugiado. Na obra, podemos identificar um grupo em um barco, cada personagem ali com uma vestimenta indicativa de sua origem e momento histórico. De um judeu fugindo da Alemanha nazista a um refugiado da Síria saindo da atual guerra civil de seu país. Ali estão retratados seres humanos que passaram e ainda passam por sofrimento diariamente. Entre eles, dois que estão na bíblia: os pais de Jesus Cristo. No meio dessas 140 figuras, duas asas indicam que um anjo está presente nesse grupo. Este detalhe foi inspirado na passagem bíblica que diz para não esquecer da “hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos”.