Iniciamos o mês de abril com a escolha de Dan Ioschpe como o “high-level climate champion” (campeão climático, na tradução literal do inglês para português) para a COP30, que o Brasil sediará em novembro.
Esta função, instituída pelo Marrakech Partnership for Global Climate Action, tem como missão engajar governos subnacionais, empresas, organizações da sociedade civil e outros atores para acelerar a implementação das metas do Acordo de Paris.
Inspirado por legados de campeões climáticos anteriores, como Laurence Tubiana, que foi fundamental na construção do Acordo de Paris, e Nigel Topping e Gonzalo Muñoz, que lideraram iniciativas como a “Race to Zero”, Dan Ioschpe pode trazer uma perspectiva do Sul Global para o papel.
Por exemplo, como construir mecanismos para acelerar a redução das grandes emissões em setores considerados “hard-to-abate” (difíceis de abater, em português) e buscar soluções de mecanismos financeiros que não sejam tão dependente do Norte Global, com foco em financiamentos também entre países do Sul Global, onde o Brasil se encaixa.
É importante destacar que o papel do campeão climático é distinto, mas complementar ao da presidência da COP30, liderada pelo embaixador André Corrêa do Lago, e até mesmo de Ana Toni como CEO.
Enquanto a presidência se concentra nas negociações formais entre países signatários (por exemplo, do Acordo de Paris), o campeão climático tem a responsabilidade de mobilizar atores externos ao processo oficial, promovendo colaboração multissetorial e iniciativas concretas no terreno.
Para o mundo empresarial, a COP30 representa oportunidade única de demonstrar liderança e resultados concretos com transformações sustentáveis. É a “COP da implementação”, como repetidamente falado pelo próprio Corrêa do Lago.
Assim como seus predecessores, Dan Ioschpe tem a missão de catalisar esforços do setor privado e também da sociedade civil organizada, promovendo iniciativas que equilibrem crescimento econômico, redução de emissões e inclusão social.
Além de fazer boas articulações com os atores que lhe competem, é imprescindível que o campeão climático esteja sensível às demandas das populações mais afetadas pela mudança do clima, garantindo que suas vozes sejam incluídas nas discussões e decisões.
Inspirado por iniciativas anteriores que buscaram ampliar o financiamento climático e promover tecnologias limpas, Ioschpe ganha também a responsabilidade de encontrar mecanismos inovadores para atrair US$ 1,3 trilhão em financiamento climático, recurso esse tão debatido no âmbito da conferência.
O Pacto Global – Rede Brasil enxerga a COP30 como um jogo decisivo para o Brasil no combate à crise climática. Ao lado do campeão climático, da presidência da COP30 e da CEO da conferência, estamos comprometidos em engajar o setor empresarial para garantir que o país mostre resultados concretos na redução das emissões de gases de efeito estufa.
Hoje, mais de 120 empresas já estão engajadas no Movimento Ambição Net Zero, iniciativa que busca transformar o setor empresarial por meio de compromissos reais e mensuráveis, com direcionamentos às empresas alinhados a Science Based Targets Iniciative e Race to Zero.
E, por meio do Pacto Rumo à COP30, com dezenas de iniciativas em curso, o Pacto Global se prepara para apresentar, durante a Conferência das Partes, resultados tangíveis nesta direção, tendo inclusive o Time do Campeão Climático como aliado estratégico e um dos primeiros a assinar a carta de parceria do programa.
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