Já imaginou uma balada que ocorre de dia e na qual, em vez de bebida alcóolica, são servidos diferentes tipos de café?
Essa é a ideia da “coffee party”, tipo de evento que ganha popularidade em cafeterias pelo Brasil.
As festas normalmente são animadas por um ou mais DJs e podem ocorrer pela manhã ou à tarde.
Bebida alcoólica não é proibida, mas o foco são mesmo os cafés e os coquetéis não alcoólicos feitos com café.
Os eventos desse tipo começaram a surgir em abril, e a partir de maio ganharam várias cafeterias, sobretudo em São Paulo.
Na capital paulista, algumas das cafeterias que já apostaram no evento foram Mula Coffee, Biscoitê, 1851 Laundry Coffee e Visconde.
Até a Starbucks entrou na moda e fez uma coffee party no último domingo (18). Na ocasião, a gigante americana aproveitou para lançar uma parceria com a Farm, grife carioca conhecida por suas roupas coloridas e estampadas.
DJs animaram a festa diurna, que ocorreu na unidade da rua Haddock Lobo, região central de São Paulo. Quem passava na frente, ficava curioso com a música alta e a quantidade de gente que ocupava a calçada e o salão da cafeteria.
- Gosta de café gelado? Veja na galeria de imagens abaixo algumas dicas para experimentar diferentes versões da bebida em São Paulo:
Segundo Lucas Pinto, consultor sênior na Euromonitor International, as coffee parties crescem em um cenário pós-pandemia em que as pessoas buscam mais socialização, mas com um estilo de vida mais saudável –o que, em muitos casos, significa cortar ou reduzir o consumo de bebida alcoólica.
“Nesse cenário, embora ainda sejam bastante nichadas e pequenas, as coffee parties têm potencial para se tornar uma tendência de comportamento nos próximos anos”, diz.
Ele explica que, embora atualmente também haja uma preocupação do consumidor com a quantidade de cafeína que ele ingere, a substância é percebida como mais benéfica do que o alcóol.
“Nessa linha de pensamento, o café muitas vezes surge como o ‘menor dos males’, sendo uma alternativa, enraizada na cultura brasileira, sem os pesados efeitos colaterais do álcool”, afirma.
Marco Kerkmeester, fundador da cafeteria Santo Grão, diz que testemunhou essa mudança de comportamento do consumidor ao longo dos anos. Ele, que abriu a primeira unidade em 2003, em São Paulo, diz que, no início, a cafeteria ficava lotada à noite e vazia pela manhã. Com o tempo, o consumo foi mudando, e as pessoas passaram a trocar as bebidas alcóolicas noturnas por cafés matinais.
Apesar de ser uma tendência, as coffee parties não são exatamente inéditas. Algumas cafeterias já faziam eventos semelhantes. A FFV, na badalada rua Barão de Tatuí, na região central de São Paulo, promove discotecagens diurnas desde o ano passado.
Agora, contudo, a ideia de coffee party se espalhou por cafeterias do país. A Royalty, de Curitiba, já promoveu duas edições da sua House and Coffee. “Aqui, o conceito é outro: rolês diurnos embalados por café especial, com curadoria sonora, bons encontros e um clima pensado para quem ama o dia, mas curte como se fosse noite”, diz a cafeteria ao divulgar o evento.
Em Salvador, uma coffee party já virou até marca: SSA Coffee Session. A primeira edição foi realizada no último sábado (17), na cafeteria Casa Castanho.
Outras cafeterias se preparam para lançar eventos semelhantes em breve. A paulistana Santo Grão, por exemplo, planeja uma coffee party na unidade do Itaim Bibi, zona oeste da capital paulista.
Enquanto isso, aquelas que já fizeram coffee party começam a planejar as próximas edições, para aproveitar o apetite do consumidor por eventos desse tipo. A SSA Coffee Session e a Biscoitê são algumas delas.
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