Ela é popular por conta de vídeos em que mostra a rotina cuidando dos seus bebês reborn. Assim como Nane, diversas outras criadoras de conteúdo fazem sucesso e caem nas graças da comunidade de entusiastas desse tipo de produto.
Os vídeos virais ajudam a fazer girar todo um ecossistema econômico de compra e venda das bonecas e também dos utensílios, além do trabalho das artistas que personalizam os kits originais. É uma cadeia intrincada e fascinante.
Até onde pude compreender, dois pilares sustentam essa subcultura: o apreço pelos bebês reborn em si, que comovem uma miríade de fãs em torno das artistas responsáveis; e algo chamado roleplay -as historinhas lúdicas que estão fazendo essa comunidade furar a própria bolha.
Como todo nicho que extravasa seus limites originais, as brincadeiras das mamães reborn com seus filhos que não existem causa certa estranheza. Como não há contexto prévio nos vídeos de parto reborn ou da moça que leva um boneco para ser tratado no hospital, muita gente acredita que aquelas mulheres vivem em uma negação da realidade.
Mas não é bem isso! As criadoras de conteúdo reborn estão mais para atrizes amadoras, criando narrativas e repetindo sequências que viram na internet, como as trends de qualquer outro nicho. Na grande maioria das vezes, é apenas um hobby como qualquer outro -talvez um pouquinho mais pitoresco que alguns outros, vá lá. Mas não mais que colecionar cards de Magic The Gathering, acumular gibis em casa ou coisa parecida.
Há cerca de um mês estive em um evento no Parque Ibirapuera organizado pela artista reborn Andreia Janaina. Foi lá que gravei meu documentário Bebês Reborn Não Choram, que vem angariando ótimas críticas da audiência. Foi uma experiência transcendental.