A pressão sobre os colegas americanos vem de todos os lados. Desde a posse de Trump, estão cercados por isso o tempo todo, recebem cartas de suas administrações sobre o que podem e não podem fazer. A velocidade com que os impactos estão chegando nas instituições e pesquisadores tem sido muito rápida e drástica.
É muito preocupante que o governo Trump tenha desativado os principais conjuntos de dados sobre o gelo marinho que soaram o alerta sobre as mudanças climáticas no Ártico. Cortes na NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) estão degradando esses conjuntos de dados usados para monitorar as partes do planeta que estão aquecendo mais rapidamente. Centros do mundo inteiro utilizam e dependem dos valiosos conjuntos de dados e produtos da NOAA que são utilizados na operação, pesquisa, educação ou planejamento. Mais medidas semelhantes estão por vir, alertou a NOAA.
Ajuda aos colegas americanos
No início de maio, a AMS (Sociedade Meteorológica Americana) e a AGU (União Geofísica Americana) se comprometeram a oferecer uma alternativa para o importantíssimo trabalho sobre os impactos das mudanças climáticas nos EUA. Uma publicação especial independente nos periódicos dessas duas sociedades científicas, que não vai substituir a NCA6, fornecerá outro meio para compartilhar pesquisas climáticas cruciais e verificadas que podem subsidiar a tomada de decisões políticas, como por exemplo, os alertas precoces aos extremos climáticos.
Outras iniciativas estão acontecendo nos EUA e no mundo para apoiar os esforços de pesquisa interrompidos pelo governo Trump. Em março ocorreram protestos em mais de 30 cidades nos EUA para se opor aos cortes no financiamento e nos funcionários públicos federais que fazem pesquisa científica.
Recentemente, líderes das maiores organizações de ciências da Terra se comprometeram a apoiar pesquisadores americanos. A Conferência da União Europeia de Geociências (EGU25), que ocorreu entre 27 de abril e 2 de maio na Áustria, contou com a presença de mais de 20 mil cientistas de mais de 120 países. Mais de 800 cientistas americanos participaram do evento para apresentar suas novas pesquisas de ponta sobre os riscos e impactos das mudanças climáticas, poluição e outros tópicos ambientais urgentes.