O ex-diretor de inteligência adjunto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Djairlon Henrique Moura negou nesta terça-feira (27) ter ocorrido direcionamento de operações aos estados do Nordeste. No mesmo depoimento ao STF (Supremo Tribunal Federal), ele também afirmou que houve pedido de fiscalização sobre ônibus saídos de Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro com direção à região.
O delegado foi chamado a dar declarações como testemunha no processo da trama golpista de 2022. Ele foi indicado pela defesa do ex-ministro da Justiça e secretário de Segurança do Distrito Federal em janeiro de 2023 Anderson Torres. Djairlon Henrique Moura está entre os indiciados pela Polícia Federal pela suspeita de dificultar o deslocamento de eleitores de Lula (PT) nas eleições de 2022 com a realização de blitze durante o segundo turno.
“De forma alguma [houve direcionamento]. Outro assunto que houve na reunião foi um pedido de apoio entre as instituições entre a PRF e a PF naqueles locais onde a PF teria dificuldade de chegar rapidamente. A equipe que estivesse mais próxima poderia evoluir para aquele local até que a PF chegasse. Isso por todo o Brasil. Não houve direcionamento por região”, disse.
O relator do caso, Alexandre de Moraes, voltou ao tema no fim do depoimento. “Há algumas contradições. Ele disse que o pedido para o país todo, mas há uma testemunha que disse que ele solicitou um apoio específico”, disse o ministro.
Ele então respondeu que não foi à reunião em que este pedido foi feito, mas confirmou a demanda do ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques. De acordo com ele, a partir daí foi formatada a operação entre os dias 21 e 27 de outubro para fiscalizar transporte irregular de passageiros e de dinheiro que configurariam crime eleitoral, mas que teria ocorrido antes do segundo turno.
O ex-diretor adjunto da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Saulo da Cunha também foi ouvido. Ele afirmou ter enviado alertas, entre 2 e 8 de janeiro, sobre uma movimentação atípica de chegada de pessoas a Brasília às vésperas da depredação das sedes dos três Poderes, com discursos extremistas, inclusive ao governo de transição e ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
“Destaca-se a convocação por parte de organizadores de caravanas para o deslocamento de manifestantes, com acesso a armas e intenção manifesta de invadir o Congresso Nacional. Outros edifícios na Esplanadas dos Ministérios também poderiam ser alvo de ações violentas. Esse alerta foi emitido”, afirmou.
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