A morte do empresário Vinicius Gritzbach, executado a tiros de fuzil no setor de desembarque do aeroporto de Guarulhos, no fim de 2023, expôs uma rede de corrupção policial ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e ao Comando Vermelho (CV).
As investigações conduzidas pela Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Militar e Ministério Público revelam o envolvimento direto de ao menos 27 policiais de São Paulo com facções criminosas. As informações são do G1.
Ao todo, 41 pessoas são investigadas por ligação com o assassinato de Gritzbach ou por crimes conexos descobertos durante a apuração. Dessas, 33 estão presas, sendo 26 policiais, por crimes como homicídio, corrupção e extorsão. Quatro pessoas estão foragidas e outras quatro — incluindo um agente da PM — respondem em liberdade. A investigação ainda mantém outros nomes sob sigilo.
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Segundo a apuração, a morte de Gritzbach foi ordenada por criminosos ligados ao PCC e ao CV, com participação ativa de policiais militares, incluindo parte da equipe que fazia sua segurança privada.
A motivação principal teria sido uma delação feita por Gritzbach, na qual ele teria implicado integrantes das facções em homicídios e esquemas financeiros. O empresário também teria sido responsável por encomendar as mortes de dois membros do PCC, além de ter causado prejuízos financeiros a operações criminosas.
Na semana passada, o caso voltou aos holofotes após uma investigação apontar que parte do dinheiro de um contrato de patrocínio do Corinthians foi repassado a uma empresa citada na delação de Gritzbach e ligada ao PCC. A suspeita levanta questionamentos sobre uma possível infiltração do crime organizado no futebol profissional.
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Além do homicídio, a Polícia Federal investiga denúncias de corrupção feitas por Gritzbach antes de sua morte. Em depoimentos, ele relatou que policiais civis exigiram mais de R$ 40 milhões para não envolvê-lo formalmente nas mortes dos membros do PCC. Ele também teria sido alvo de extorsões que incluíam a entrega de bens e dinheiro de origem criminosa, posteriormente lavados por meio da compra de imóveis e veículos.