Sinceramente, nem acho que seria o fim do mundo o Brasil jogar contra Equador e Paraguai, pelas eliminatórias, sem técnico. É melhor decidir bem e com calma do que correr com uma decisão para dois jogos que têm pouca (quase nenhuma) importância em termos de classificação. Que diferença fará ter um técnico que nem sequer terá feito qualquer tipo de avaliação para convocar jogadores?
Mas existe esse discurso aí da CBF de que, em junho, a seleção já terá novo treinador. Para isso acontecer, as estrelas precisam se alinhar e novamente ficará aquela espera por quem sequer sabemos se quer ser técnico da seleção. Ficar esperando resultado de jogo do Campeonato Espanhol. É dose para leão.
O outro candidato em linha é Jorge Jesus. E esse quer ser técnico da seleção, é o sonho da vida dele, já disse abertamente e vem até de graça – não que dinheiro seja problema para a CBF.
O Al Hilal, assim como o Real Madrid, vive uma temporada ruim um ano depois de ganhar praticamente tudo e estabelecer recordes. Já perdeu a Copa do Rei Saudita, a Liga Saudita parece impossível e sobrou a Champions asiática, o que não é pouco (mas seria uma espécie de prêmio de consolação em uma temporada estranha). Nesta terça, o Al Hilal faz jogo único contra o Al Ahly por uma vaga na final do continente e, se vencer, ainda na semana disputa a decisão. Ao contrário do Real Madrid, o Al Hilal dá, sim, muito peso ao Mundial de Clubes, que começa em junho. Mas creio que já conta com uma saída de Jesus, caso venha a chamada da seleção brasileira.
Não há comparação entre as carreiras de Ancelotti e Jesus. Mas há vários fatores que, no meu modo de ver, deveriam fazer a CBF se inclinar pelo português, não pelo italiano.
1) A já citada vontade, a motivação; 2) Fala o mesmo idioma, ainda que Ancelotti consiga se virar em um português mesclado com italiano e espanhol; 3) Conhece o público brasileiro, o jogador brasileiro, o futebol local e já mostrou, no Flamengo, entender exatamente o espírito que o brasileiro busca no futebol; 4) Jorge Jesus sempre foi um técnico mais ofensivo do que Ancelotti, e acho que isso também é algo a ser levado em conta. E, claro, se isso importa para a CBF, 5) o timing para ter o português é melhor considerando os tais jogos de junho pelas eliminatórias.