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Ferrovia passa a levar café de MG para portos no Sudeste – 12/05/2025 – Sobre Trilhos

A concessionária MRS iniciou as operações de transporte ferroviário de café do sul de Minas Gerais para os portos de Santos —o maior da América Latina— e do Rio de Janeiro.

A proposta da empresa de logística é levar o café da região de Varginha até os dois portos, em parceria com o terminal do TCI, numa história que remete aos primórdios do período ferroviário no país. Minas Gerais é o maior produtor de café do mundo.

As ferrovias se proliferaram em São Paulo e Minas Gerais a partir da segunda metade do século 19, com o objetivo de atender barões do café que queriam enviar sua produção ao porto de Santos, transporte que até então era feito somente no lombo de mulas.

Foi assim que surgiu a SPR (São Paulo Railway), pioneira no transporte ferroviário de cargas e passageiros em São Paulo, que acelerou investimentos e originou o surgimento de dezenas de companhias ferroviárias. Ela foi essencial na transformação de um país até então essencialmente rural num que passou a se industrializar.

Entre essas dezenas de ferrovias que surgiram está a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, que ficou caracterizada por apresentar um traçado muito sinuoso, com o objetivo de chegar às propriedades cafeeiras para embarcar as produções. Não à toa, foi uma das que ficaram conhecidas como “ferrovia cata café”.

Só que as décadas se passaram, o transporte ferroviário foi sendo deixado de lado e muitas ferrovias desapareceram. O ensaio de retomada do modal que o país vive nos últimos anos tem feito com que serviços outrora relevantes e que tinham sido abandonados —caso do transporte de café— voltassem a ocorrer.

De acordo com a MRS, a parceria permitirá redução de até 30% nos custos em comparação com o transporte por caminhões em rodovias, além da possibilidade de levar uma carga muito maior do que a que circula nas estradas rumo aos portos. Dependendo da rota feita, a redução na emissão de gases poluentes pode chegar a 47,9%, ainda segundo a concessionária.

A MRS administra uma malha ferroviária de 1.643 quilômetros em três estados da região Sudeste —São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais— e conecta regiões produtoras de commodities minerais e agrícolas aos principais portos da região.

A estimativa indica que 20% das exportações do país passam pelos trilhos da operadora.


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