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Sem plano estratégico, cultura brasileira é pouco difundida pelo mundo

Além disso, temos os famosos casos de sucessos isolados que acontecem pela competência dos nossos artistas e seus produtores, mas que não tem a ver com medidas concretas e permanentes que poderiam abranger todo setor cultural.

Os prêmios vencidos pelo cinema nacional, a consagração das fotografias de Sebastião Salgado, as intervenções artísticas de Kobra e OsGemeos, o brilho de Anitta em festivais como o Coachella, as turnês internacionais de alguns dos nossos grandes nomes da música, as vendas dos livros de Paulo Coelho, as inúmeras traduções de Jorge Amado e, claro, a Bossa Nova, são exemplos de toda a potência que temos, precisam ser sempre celebrados como motivo de orgulho, mas não foram resultados de uma ação organizada.

Recentemente, Marcelo Rubens Paiva, autor do livro “Ainda Estou Aqui”, lotou o auditório da mesma universidade onde estive. O sucesso do filme fez o mundo conhecer seu enorme talento literário, que já poderia ter sido internacionalizado muito tempo atrás.

Um plano estratégico robusto de difusão da cultura brasileira passaria por uma ampla articulação de órgãos como o Ministério da Cultura, Ministério das Relações Exteriores, Embaixadas Brasileiras, ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Embratur, governos estaduais, entre outros.

Um passo fundamental seria criar um calendário cultural permanente de oportunidades para nossos artistas — de todas as linguagens e de todos os tamanhos — circularem pelo mundo.

Outro passo seria garantir a presença ostensiva do Brasil em todos eventos internacionais das mais diversas áreas culturais, com projetos de conexões com a população e as comunidades criativas dos territórios onde esses eventos acontecem.