Todos os dias, publico no meu perfil do Instagram algum textão sobre envelhecimento, autonomia e felicidade. Apesar de continuar sendo uma pessoa analógica, de gostar de ler livros impressos e de escrever minhas colunas nos meus cadernos com canetas coloridas, acho cada vez mais importante publicar minhas reflexões nas redes sociais. Meu perfil no Instagram, especialmente durante a pandemia, se tornou uma espécie de diário compartilhado.
Confesso que me viciei em escrever meus textões e, também, em receber os comentários de mais de 188 mil mulheres que seguem o meu perfil. No sábado 5 de abril, às 6h, postei um trecho da minha participação no programa Sem Censura, de 1° de outubro de 2024, Dia do Idoso. No vídeo de 90 segundos, Cissa Guimarães me pede para ler um pedacinho do meu “Manifesto das Velhas Sem Vergonhas”, que está no meu livro “A Arte de Gozar: Amor, Sexo e Tesão na Maturidade”.
O vídeo intitulado “Ter a coragem de ser uma velha sem vergonha” está com mais de 2 milhões de visualizações, mais de 174 mil compartilhamentos e mais de 7.000 comentários. Mulheres de todas as idades escreveram que já são ou querem fazer parte do time das “Velhas Sem Vergonhas”. Todas, como Cissa Guimarães disse no Sem Censura, querem assinar meu manifesto.
No dia 31 de março, participei de um debate promovido pela Vogue sobre mulheres 50+. Na mesa, junto com apresentadora Eliana e a atriz Ingrid Guimarães, falei do meu “Manifesto das Velhas Sem Vergonhas”. Eliana e Ingrid imediatamente quiseram assinar o manifesto. Convidei Eliana para ser a presidenta das “Velhas Sem Vergonhas”. Ela amou a ideia e aceitou o convite. Ingrid disse que queria ser a vice-presidenta e minha melhor amiga.
No Globo Repórter sobre os novos 60, exibido no dia 8 de novembro de 2024, quando Zileide Silva pediu para eu me apresentar, eu disse: “Eu sou Mirian Goldenberg, uma velha sem vergonha”.
Nos últimos 30 anos, mergulhada nas minhas pesquisas sobre envelhecimento, autonomia e felicidade, descobri que as mulheres brasileiras têm um verdadeiro pânico de envelhecer, o que chamo de velhofobia. No entanto, depois de entrevistar milhares de mulheres de mais de 50 anos, criei duas novas categorias: velheuforia e velhautonomia. Apesar do pânico de envelhecer em uma cultura que supervaloriza a juventude, a magreza e o corpo em forma, muitas mulheres descobriram, especialmente após a menopausa, a liberdade de serem elas mesmas. É o que elas chamam de “libertação grisalha”.
Muitas me disseram: “Nunca fui tão livre, nunca fui tão feliz, é o melhor momento de toda a minha vida. É a primeira vez que posso ser eu mesma. Não quero mais desperdiçar meu tempo preocupada com a opinião dos outros. Aprendi a ter a coragem de dizer não e a ligar o botão do foda-se para as críticas e preconceitos dos outros. É uma verdadeira revolução”.
Após tantas décadas de pesquisas, descobri que a melhor maneira de enfrentar meus próprios medos e inseguranças é brincar e rir das minhas imperfeições, faltas e defeitos, pois cada mulher que se liberta dos seus preconceitos liberta muitas mulheres que estão prisioneiras dos seus pânicos e vergonhas de envelhecer.
Afinal, como escrevi no meu manifesto, “velhas sem vergonhas unidas jamais serão vencidas. Fodam-se as rugas, as celulites e os quilos a mais”.
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