Estamos em 2025. Inteligência artificial conversa com humanos, cirurgias são feitas por robôs, carros dirigem sozinhos, e o Brasil? Quase 30% da população adulta não consegue interpretar um texto simples. Sim, trinta por cento. Pessoas que até decodificam palavras, mas não compreendem o sentido de uma frase inteira. Gente que vive no automático, repete o que escuta, compartilha fake news como quem respira e acha que tem opinião própria quando, na verdade, só é marionete de quem sabe escrever com clareza.
Esse dado não é novo e justamente por isso, ele é indefensável. É uma chaga aberta há décadas, um câncer que não para de crescer, um vexame nacional que virou rotina, um Brasil inteiro sendo empurrado para a ignorância programada, enquanto os formadores de opinião batem palmas para programas educacionais que só sabem maquiar estatísticas.
A pergunta que não quer calar: isso tudo é incompetência ou estratégia? Porque, vamos ser realistas, um povo que não entende o que lê, não questiona. Um eleitor que não decifra um texto, não exige. Um trabalhador que assina o que não compreende, não reivindica. Um jovem que não desenvolve pensamento crítico, não ameaça o sistema. Talvez o Brasil nunca tenha investido de verdade em educação porque manter a população intelectualmente incapaz é o maior trunfo de qualquer governo medíocre.
Afinal, como você governa um povo consciente? Como manipula uma sociedade que sabe ler contratos, analisar propostas, calcular impostos, entender direitos? Você não governa. Você negocia e negociar com gente pensante dá trabalho.
É mais fácil manter 29% da população na névoa da ignorância funcional. Pessoas que passam pela escola, mas não pela educação. Que pegam diploma, mas não sabedoria. Que opinam nas redes, mas não sustentam um argumento. É a base perfeita para alimentar extremismos, idolatrias cegas, desinformação em massa, e quanto mais limitado o povo, mais confortável para a elite política, mais tranquilo o poder.
Não se trata mais de “precisamos melhorar a educação”. Isso soa patético diante da barbárie. O que está em curso é um extermínio intelectual. Uma guerra silenciosa contra a autonomia. Um projeto de país onde pensar virou ameaça e cada criança que sai da escola sem saber interpretar uma instrução, cada adulto que vive sem entender o próprio contracheque, é uma vitória para quem lucra com a miséria mental da maioria.
O Brasil virou um terreno fértil para slogans vazios, lideranças populistas e manipulação em escala industrial. Porque aqui, quem pensa é minoria e quem não pensa, serve melhor a quem manda.
O que será do futuro de uma nação onde 3 em cada 10 adultos não têm as ferramentas básicas para entender o mundo ao redor? Onde os algoritmos moldam opiniões e os livros acumulam pó? Quem vai construir inovação? Quem vai combater a corrupção? Quem vai proteger a democracia?
Talvez esse seja o plano desde sempre: educação de baixa qualidade, pensamento raso, indignação rasa, votos fáceis.
Mas o que ainda não perceberam é que um povo analfabeto funcional não constrói país e o que parece conveniente para o poder, vai ser destrutivo para todos. Porque a ignorância não gera PIB, não atrai investimento e não sustenta futuro e, quando a elite política perceber que só restou ignorância e mediocridade para contratar, liderar, inovar e servir, vai ser tarde demais.
O Brasil não está perdendo o futuro. Ele está entregando de bandeja e ninguém vai poder dizer que não viu isso acontecer.
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