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Pai de Neymar é o novo dono do futebol brasileiro – 05/05/2025 – Alvaro Costa e Silva

Maiores desprestígio e bagunça, impossível. Desde a saída de Tite, em 2022, a CBF não consegue arrumar um técnico para a seleção, que sofre para se classificar à Copa do Mundo. Houve dois interinos, Ramon Menezes e Fernando Diniz, e um oficial com dotes de oficioso, Dorival Júnior, demitido em março.

O sonho, que mais parece uma obsessão doentia, é trazer o italiano Carlo Ancelotti, que por diversas vezes deu sinais de não querer vestir a camisa canarinho nem pintada de vermelho. Favorito da galera, Jorge Jesus foi vetado pelo pai de Neymar, novo chefe do futebol brasileiro.

Aos cartolas restaram as jogadas marqueteiras e as transações escusas. Foi o caso da camisa vermelha. Apresentada como segundo uniforme em substituição ao azul, ela viralizou causando xingamentos a torto e a direito. A CBF e a Nike pegaram carona na polarização política para —como se diz mesmo em internetês castiço?— lacrar.

Com a desculpa de defender a soberania nacional, parlamentares entraram na onda. O senador Izalci Lucas quer que Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, seja ouvido pela Comissão de Esportes para explicar o uniforme vermelho. Seis propostas foram apresentadas para proibir a camisa que foi sem nunca ter sido.

O deputado Sargento Gonçalves pisou mais fundo. Digamos que lacrou certo. Fez um requerimento para que Ednaldo explique o acordo judicial —homologado pelo ministro Gilmar Mendes, do STF— que o manterá no comando da CBF até 2030. A suspeita é que os salários de dirigentes estaduais foram turbinados. O ex-vice-presidente da entidade Coronel Nunes recebeu “mesadas” (mais de R$ 1 milhão em 2024) quando não ocupava mais a função.

Nos últimos anos a CBF esteve na mira de CPIs que investigaram manipulação de resultados, irregularidades em clubes e federações e até a escalação de Ronaldo Fenômeno na final da Copa de 1998 por suspeita de ingerência da Nike. Todas acabaram em pizzas tamanho Maracanã —o estádio antigo, símbolo da época em que as bets não eram a paixão nacional.


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