O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para a próxima segunda-feira (9) o início dos interrogatórios dos réus na ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro na presidência após a derrota nas eleições de 2022.
As audiências ocorrerão de forma presencial na sala da 1ª Turma do STF, entre 14h e 20h. Apenas Walter Braga Netto, preso preventivamente no Rio de Janeiro, será ouvido por videoconferência. Se necessário, os depoimentos poderão continuar até sexta-feira (13).
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O primeiro a ser ouvido será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no processo. Na sequência, os demais réus do núcleo considerado central na suposta tentativa de golpe serão interrogados em ordem alfabética: Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Jair Bolsonaro (ex-presidente), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).
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Os interrogatórios ocorrem após a conclusão da fase de depoimentos das testemunhas de acusação e defesa, finalizada nesta segunda-feira (2). Ao todo, 52 pessoas foram ouvidas por videoconferência, sob condução do ministro relator Alexandre de Moraes.
Durante os depoimentos, testemunhas relataram a realização de uma reunião no Palácio da Alvorada, na qual se discutiu uma proposta de ruptura institucional com a presença de Bolsonaro. Em outro momento, Moraes chegou a repreender um dos depoentes e ameaçou prender o ex-ministro Aldo Rebelo, conforme registrado nas audiências.
Os réus têm o direito constitucional de permanecer em silêncio durante os interrogatórios.