O Brasil divulga dados econômicos importantes nesta sexta-feira (30), começando pelo resultado primário de abril, às 8h30, que apresenta o saldo das contas públicas e indica a situação das finanças do governo. Em seguida, às 9h, será divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, informação que detalha a variação da atividade econômica do país no início do ano.
Nos Estados Unidos, a agenda também traz informações relevantes. Às 9h30, saem o Índice de Preços ao Consumidor PCE, que mede a inflação, e os dados semanais sobre exportação de grãos, que ajudam a analisar o desempenho do setor agrícola. Mais tarde, às 11h, será divulgada a confiança do consumidor referente a maio, indicador que mostra o nível de otimismo das famílias em relação à economia.
Agenda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, às 11h, no Palácio do Planalto, da cerimônia de lançamento do programa voltado à redução da fila por atendimento com médicos especialistas no SUS, além da entrega de novas soluções de radioterapia para o sistema público de saúde. Às 15h, Lula se reúne com o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, terá duas audiências por videoconferência. Das 14h às 15h, ele se reunirá com representantes da Didi Global para tratar de assuntos institucionais, em sessão fechada à imprensa. Em seguida, das 15h às 16h, Galípolo receberá Kazushi Shibata, diretor-presidente do Banco MUFG Brasil, e Eduardo Schultz, diretor vice-presidente, também para discutir temas institucionais, em reunião igualmente fechada à imprensa.
Nos Estados Unidos, três autoridades do Federal Reserve devem falar: Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta; Mary Daly, presidente do Fed de São Francisco; e Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago.
Brasil
8h30 – Resultado primário (abril)
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9h – PIB 1º tri
EUA
9h30 – Índice PCE (abril)
9h30 – Exportação de grãos (semanal)
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11h – Confiança do consumidor (maio)
INTERNACIONAL
Temporariamente
Um tribunal federal de apelação suspendeu temporariamente a decisão que anulava a maior parte das tarifas impostas por Donald Trump. A medida mantém as tarifas vigentes enquanto os argumentos das partes são analisados. A decisão veio após a administração Trump alertar que buscaria ajuda emergencial da Suprema Corte. O Tribunal de Comércio Internacional havia derrubado as tarifas na noite anterior. A suspensão garante que elas sigam valendo durante o trâmite legal. O caso tem grande impacto nas relações comerciais e nos mercados. A Suprema Corte deve avaliar a questão em breve.
Pressionado
O presidente do Fed, Jerome Powell, se reuniu com Donald Trump na Casa Branca nesta quinta-feira (29) para discutir economia, incluindo crescimento, inflação e emprego. Foi o primeiro encontro entre os dois no segundo mandato de Trump. Powell reforçou que a política monetária será guiada apenas por dados econômicos, sem interferência política. Já Trump voltou a criticar os juros altos, alegando que isso prejudica os EUA frente a países como a China. Apesar das tensões anteriores, o presidente disse não querer demitir Powell.
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Lula na França
O presidente da França, Emmanuel Macron, comemorou nas redes sociais a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país, marcada para 5 de julho. Em publicação no X, Macron disse que os dois países “vão escrever a próxima página juntos” e destacou a importância da mobilização internacional pelo clima e pelos oceanos. O encontro ocorre em Nice, durante conferência preparatória para a COP30, que será realizada em 2025, em Belém. Macron já esteve no Brasil duas vezes este ano, incluindo a cúpula do G20.
Resposta política
Integrantes do Palácio do Planalto informaram que o Brasil não pretende retaliar os Estados Unidos com o cancelamento de vistos caso o governo americano sancione autoridades brasileiras. A estratégia será uma resposta política, por meio de nota oficial, afirmando que os EUA não têm legitimidade para interferir no sistema judicial brasileiro.
ECONOMIA
Socorro às aéreas
Aprovado pelo Congresso em agosto do ano passado, o pacote de crédito para socorrer as companhias aéreas só deve começar a ser liberado no fim de setembro, com pelo menos um mês de atraso em relação ao cronograma inicialmente previsto em abril. A estimativa é do Ministério de Portos e Aeroportos, que havia informado semanas atrás que os recursos seriam liberados em agosto deste ano.
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Produtores rurais
O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou nesta quinta-feira, 29, a prorrogação das operações de crédito rural de custeio contratadas por produtores rurais com recursos equalizados pelo Tesouro. A resolução permite a renegociação de dívidas de produtores rurais prejudicados pela seca na safra atual, incluindo os produtores rurais do Rio Grande do Sul. A medida amplia a renegociação, permitida hoje para pequenos produtores, para médios e demais produtores.
Queda
O preço médio do etanol caiu 0,67% em maio, chegando a R$ 4,45, enquanto a gasolina recuou 0,46%, para R$ 6,43, segundo o IPTL da Edenred. A gasolina segue mais vantajosa na maioria das regiões, especialmente no Nordeste e Sul. O Sudeste teve os menores preços: R$ 4,33 (etanol) e R$ 6,28 (gasolina). Já o Norte lidera nos valores mais altos. Goiás registrou a maior alta no etanol (3,42%), enquanto o Maranhão teve a maior queda (3,65%). No caso da gasolina, o DF teve o maior aumento (2,40%) e o Amazonas, a maior baixa (1,66%).
Crédito consignado
O estoque do crédito consignado para trabalhadores do setor privado cresceu 7,4% em abril, primeiro mês de pleno funcionamento do programa Crédito do Trabalhador. A nova modalidade permite o uso de até 10% do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia. Lançado por Medida Provisória, o programa elimina a exigência de acordo entre empresas e bancos, com contratação disponível pelo app da CTPS Digital. A portabilidade começa em 6 de junho. A taxa de juros média foi de 3,94% ao mês, bem acima das cobradas de aposentados e servidores. O estoque total de crédito no país chegou a R$ 6,6 trilhões.
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Azeite
As reduções nas tarifas de importação adotadas pelo governo federal em março começaram a gerar efeito nos preços, mas de forma pontual. O principal impacto foi observado no valor do azeite, que registrou queda de até 12% nas prateleiras. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), entidade que representa o setor varejista, a maioria dos produtos incluídos nas isenções tem baixa participação nas importações realizadas pelos supermercados. Com isso, o impacto no bolso do consumidor tem sido restrito. O azeite, ainda dependente de fornecedores da Europa, foi a exceção mais visível até o momento.
POLÍTICA
IOF
O governo federal quer manter o aumento do IOF neste ano e negociar alternativas apenas para 2026, alegando falta de tempo e margem fiscal para mudanças imediatas. Em reunião com os presidentes da Câmara e do Senado, Fernando Haddad afirmou que sem os R$ 20,5 bilhões previstos com o imposto, a máquina pública pode ser comprometida. Mais de 20 PDLs tentam derrubar o decreto e contam com apoio de várias bancadas. O governo tenta ganhar tempo com a agenda do Fórum do Brics e aposta na revisão de isenções fiscais como solução estrutural.
10 dias
O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que a revisão de isenções fiscais e a taxação das apostas on-line estão entre as alternativas para substituir o aumento do IOF. Segundo ele, o Congresso deu ao governo um prazo de 10 dias para apresentar uma proposta. Motta criticou a judicialização do tema e defendeu um plano fiscal duradouro, em vez de soluções pontuais. Ele também afirmou que o Legislativo não quer agravar a crise institucional, mas sim colaborar com o Executivo por equilíbrio fiscal em 2025 e 2026.
Propostas
O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, afirmou que o governo apresentará em até 10 dias propostas estruturais para substituir o aumento do IOF. A fala responde à cobrança do presidente da Câmara, Hugo Motta. Ceron disse que a reação do Congresso foi “responsável” e vê a situação como oportunidade para avançar em medidas fiscais duradouras. Ele destacou que a arrecadação de R$ 20 bilhões prevista com o IOF é crucial, mas reconheceu que o governo ainda estuda ajustes no decreto.
Sofrimento
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como “sofrimento” as críticas recebidas pela alta do IOF, mas disse que servir ao governo Lula “é sempre interessante”. Durante evento com o MST no Paraná, o presidente saiu em defesa do ministro e o elogiou por sua competência. As declarações ocorrem em meio à pressão do Congresso para derrubar o decreto. O governo calcula em R$ 20,5 bilhões o impacto fiscal da medida e resiste a abrir mão da arrecadação prevista para 2025.
Trama golpista
O Supremo Tribunal Federal (STF) ouve nesta sexta (30) e na segunda-feira (2) as testemunhas de defesa de Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado em 2022. Onze nomes foram listados, incluindo ex-ministros como Tarcísio de Freitas, Ciro Nogueira e Eduardo Pazuello. Valdemar Costa Neto depõe como testemunha de Anderson Torres, embora tenha sido citado 38 vezes pela PF em relatório de 800 páginas. Nenhuma das testemunhas foi incluída na denúncia da PGR, acatada em março. As audiências são virtuais e restritas, e os depoimentos anteriores confirmaram a existência da “minuta do golpe” e o apoio parcial das Forças Armadas.
Trama golpista 2
O ex-advogado-geral da União (AGU) Bruno Bianco confirmou ao STF que Jair Bolsonaro o consultou, após as eleições de 2022, sobre a possibilidade jurídica de reverter o resultado das urnas. Bianco afirmou ter negado qualquer irregularidade no processo eleitoral. A reunião contou com os comandantes das Forças Armadas e o então ministro da Defesa. O caso faz parte da ação penal sobre tentativa de golpe. Ex-ministros do governo negaram discussões golpistas em reuniões.
(Com Reuters, Estadão e Agência Brasil)